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terça-feira, 25 de novembro de 2008

"A VOLTA DO MEU AMOR" - Carlos Rímolo.

Em meu seio, no peito solitário, esquecido,
Tal remanso frágil de um rio adormecido,
Como o sol fúlgido da manhã, ela surgiu como encanto,
Renovando a vida deste corpo calmo, dantes manso,
Despertando-me ali do mórbido descanso,
Abatendo a tristeza, descobrindo o vil manto!

Extraindo o doce sorriso, contendo as lágrimas do meu pranto,
Fazendo meus lábios cantarem então o belo canto,
E minha’lma inebriada abarcar esta magia, bela canção!
Com meus olhos já olhando teus olhos, a te abraçar,
E o teu cálido e doce perfume ali a me embriagar,
E todo o meu ser a vivenciar tão bela emoção!

Teu corpo agora colado ao meu corpo ativava a nobre tentação,
Pois eram corpos sedentos e carentes pela longa separação,
Minhas mãos lépidas e afoitas, tua pele macia ficava a acariciar,
Meus lábios insaciáveis e ávidos te beijavam a todo o momento,
Parecia ali brigarem para compensar o dantes vil sofrimento,
Já que reiniciavam pelos beijos a nobre arte de amar!




quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"TRIBUTO A ZUMBI" - Carlos Rímolo.

Deus negro, príncipe da raça negra, doce raça ferida,
Alma que em teu seio trazia a liberdade...a vida,
No teu Palmares alçou a espada da libertação,
Desatando ali os grilhões férreos da podre escravidão,
Numa encarniçada batalha pelos brancos jamais vencida,
Combatendo ferozmente o inimigo sem contemplação!

A lâmina afiada de tua arma cortava os ares...justiceiro facão,
Rasgava as carnes odiosas de teus inimigos sem perdão,
Se defendendo como um animal acuado em tua toca a bramir,
Com o teu bravo povo em minoria ali a se defender,
Vendo naquele palco ensangüentado aquela gente morrer,
Na busca de sua liberdade num novo porvir!

Eis que num infortúnio nosso guerreiro de morte é ferido,
Ainda com a arma em punho, caindo, solta teu último bramido,
Cujo gesto extremo silencia e cala a grande batalha,
Seu corpo rígido agora mostra a triste mortalha,
Mas coube à história em seus anais registrar ali,
O nascimento de um herói, um deus negro chamado Zumbi!

domingo, 9 de novembro de 2008

"VIDA DE CRIANÇA" - Carlos Rímolo.

É curtir intensamente seus momentos,
Deixar vagar livre seus pensamentos,
Chutar o balde do óbvio e brincar com a imaginação,
Não considerar quaisquer contratempos,
Botar para fora seu “eu” de dentro,
Deixar fluir a criança do coração!

Caminhar pelas ruas descalço e descompromissado,
Esbanjando alegria, deixando a tristeza de lado,
Gazear aulas, soltar pipas e jogar pião,
Comprar merendas na cantina fiado,
Viver ao largo do mundo, contagiado,
Jogar peladas no campinho de chão!

Navegar pela internet e se empolgar,
Com as novidades dos sites, se encantar,
Procurar os prazeres de sua geração,
Fazer travessuras de arrepiar,
Viver de seus sonhos e acordado sonhar,
Vivendo seu mundo na contramão!

Se mirar no espelho e pensar,
Nos sonhos ainda a realizar,
E que para os adultos é a esperança,
Mas nada agora compra a sua liberdade,
É apenas um menino, essa é a verdade,
No seu mundo mágico de criança!










quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"A PAZ" - Carlos Rimolo

Não nos basta pintar o mundo de branco e, bradarmos a uma só voz o grito de Paz. Extravasar essa adesão desalicerçada num clamor de sonhadores do imaginário e, do inatingível. Temos que sonhar um sonho real, palpável, factível e mensurável, em que tudo pode se doarmos nosso cunho participativo com harmonia, amor e fraternidade, sem ônus nesse processo de resgate dos princípios de irmandade da nossa criação.
Execrar a fome, a doença, o preconceito racial, social, político e econômico, respeitando os povos, sua gente, suas tradições, seus espaços e suas liberdades, mesmo com os seus mais diferentes valores culturais.
Combater com sutileza e sensibilidade dogmas arraigados pela intolerância e, estabelecer ancoragens sustentáveis para a conquista de um mundo melhor.
Transpor obstáculos, ultrapassar barreiras, satisfazer anseios, cultuar esperanças e, propagar o amor num processo de interação da humanidade.
Sentir a paz em sua essência como algo que nasce no coração, frutifica n’alma e, que pode ser estendida por nossas mãos a todos os homens nos mais remotos cantos da terra, pois ela é o real sentido da vida e a união harmoniosa de um todo. A fé, o otimismo e a perseverança, são mecanismos básicos nesse doutrinamento.
Que tal darmos as mãos e envolvermos esse nosso planeta num gesto fraterno e de boa vontade, entrelaçando sentimentos, emoções, aspirações, valores e amor ao próximo, em prol da Paz?
Falarmos de Paz é contabilizarmos esperança, acreditar em nossos sonhos e deixar nossos anseios registrados nos anais da história, para que eles se concretizem através da boa vontade dos homens e do tempo.