"O OLHAR"
Quero esse olhar sem dono, vadio, ávido, da verdade que, profundo, descortine a escuridão e liberte o observador ignorante, teimoso que, habita em cada um de nós.
Quero olhar o rio e, sorver seu cântico no embalo de suas águas no bailar de seus movimentos.
Galgar a montanha, correr pelas campinas, reverenciar os bosques e, poder ouvir a vida fluir feliz no pulsar de seus corações.
Aconchegar-me na relva úmida e, deleitar-me com o trinar alegre dos pássaros sob o assobio melodioso dos ventos.
Olhar o homem comum vagando pelas ruas sem me importar com sua imagem, seu externo, mas a partir de seus mais simples gestos captar suas emoções e, sua riqueza d’alma.
Quero, acima de tudo, sentir o toque sutil frio da brisa, sorrir para o raio da tempestade, abraçar a noite escura e amar a natureza.
Ter a sensibilidade dos privilegiados para adentrar suas entranhas e, extrair a beleza dos sentimentos.
Assumir esse olhar curioso, malandro, herói, dos deuses, afinal, também faço parte desse todo belo e infinito.
Enfim, quero o olhar dos olhares para poder ver e sentir esse mundo. Esse mundo invisível, misterioso, fantástico, que teima em esconder-se.
Quero só meu olhar. Apenas meu olhar.
4 Comentários:
Saudações, Carlos! Estou passando aki só pra te deixar um abraço literário e desejar um bom Domingo. Até +...
Sylvia :)
Por Sylvia Marteleto, às 30 de março de 2008 às 10:18
Que o seu alhar alcance a margem do outro sempre.
Belo texto poético...
Por O que Cintila em Mim, às 3 de abril de 2008 às 18:13
Olá Carlos!!! Fiquei muito envaidecida por poder compartilhar com você um pouco de minha literatura.Parabéns pela crônica, ela reflete o olhar da alma sobre a realidade.
Abraço.
Por Renata Ribeiro, às 4 de abril de 2008 às 07:01
Parabéns Carlos pela tua extrema sensibilidade . Amei este texto tão profundo.Gostaria de ter tb esta capacidade de colocar um letras o que vai no coração. Um grande beijo com muito carinho ! Elaine
Por Unknown, às 21 de abril de 2008 às 03:33
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