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quarta-feira, 9 de julho de 2008

"CONFISSÕES DE UM SUICIDA" - Carlos Rímolo

Choro a triste noite embriagada pela vil escuridão,
São lágrimas d’alma que mostram este meu sofrimento,
Ao ver um céu despido de lua e estrelas, em sua imensidão,
E minh’alma sem rumo embalada ao sabor do açoite do vento,
Atormentada e atolada neste meu novo mundo de solidão!

Todos os dias cumpro esta triste rotina de a esmo vagar,
Levitando e navegando por nuvens brancas de minha imaginação,
Trilhando por espinhosos caminhos, ansioso, louco e perdido,
Na busca de algo que eu mesmo desconheço e em vão,
Eu era apenas mais um infeliz que tinha se precipitado e partido!

Hoje, aconchego-me na verde relva e não descanso,
Olho águas tranqüilas e já não vejo remansos,
Por todos os lugares aonde vou sempre me perco,
Corro alucinado pelas campinas, mas nunca chego,
A minha face é corroída pelas lágrimas do pranto.

Desesperado, procuro uma igreja, mas não sei rezar,
Ando com os pés desnudos, porque não posso calçar,
Sinto todo esse pesadelo por não poder mais sonhar,
Por um infortúnio que só agora enfim pude sentir,
Quando num momento de fraqueza minha vida consegui tirar!

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